Data: 08-06-2012
Criterio: A2b;B2ab(ii,iii,iv,v)
Avaliador: Julia Caram Sfair
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
Huperzia rubra é uma pteridófita extremamente rara encontrada em Campos Rupestres do Estado de Minas Gerais. Das dez localidades em que a espécie ocorria originalmente, acredita-se que esteja extinta em seis. Atualmente é encontrada apenas no Pico do Inficionado, na região do Pico do Sol (ambos na Serra do Caraça), em um afloramento rochoso da Serra do Batatal e, possivelmente, na Serra de Caldas. Nas três primeiras localidades, as subpopulações são bastante pequenas, e na Serra do Batatal foi encontrado apenas um indivíduo. As maiores ameaças são o turismo desordenado e os incêndios frequentes. Suspeita-se que a redução populacional da espécie tenha sido maior do que 80% nos últimos dez anos (considerando tempo de geração igual a dois anos para espécie herbácea e mínimo de 10 anos recomendado pela IUCN), devido às extinções de seis subpopulações e à baixa densidade daquelas remanescentes. Sua área de ocupação é bastante pequena (AOO=8 km²) e suspeita-se que a população seja severamente fragmentada, uma vez que as subpopulações remanescentes têm baixa densidade e estão distantes entre si. Dessa maneira, H. rubra é considerada "Criticamente em perigo" (CR).
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Phlegmariurus ruber (Cham. & Schlecht.) B.Øllg.;
Família: Lycopodiaceae
Sinônimos:
Atualmente essa espécie está circunscrita em Phlegmariurus ruber (Cham. & Schltdl.) B.Øllg. (Øllgaard, 2012).
Duas pequenas subpopulações foram encontradas na Serra do Caraça (MG), sendo uma no Pico do Inficionado e outra no Pico Itacolomi. Já na subpopulação da Serra doBatatal foi encontrado apenas um indivíduo, sugerindo umabaixíssima densidade populacional (Vasconcelos et al., 2002).
Ocorre em Minas Gerais e Bahia (Ollgaard, 1992; Windisch; Ramos, 2012). Porém foram encontrados registros apenas em Minas Gerais (CNCFlora, 2012)A espécie ocorre em altitude elevada (Ollgaard, 1992), entre 1700 m e 1950 m (Ollgaard; Windisch, 1987)Em Minas Gerais a espécie foi encontrada em altitude entre 1700m e 2070m (Viveiros, 2010).Segundo Vasconcelos, Salino e Vieira (2002) a espécie apresenta ampla distribuição dentro do quadrilátero ferrífero, nas Serra da Piedade, Serra do Batatal, Serra do Capanema, Serra do Curral e Serra do Caraça. Sendo encontrado recentemente somente em remanescentes das Serras do Caraça e Batatal, a espécie é localmente extinta nas demais localidades citadas (Viveiros, 2010).Existem registros duvidosos e sem informações precisas da presença da espécie para os estados da Bahia (Ollgaard, 1992)A espécie foi considerada provavelmente extinta na lista vermelha da flora de Minas Gerais, no entanto foi redescoberta na cadeia do Espinhaço (Vasconcelos; Salino; Vieira, 2002)
A espécie ocorre em topos de montanhas, provavelmente com hábito rupícola (Ollgaard, 1992).Em Minas Gerais a espécie ocorre no quadrilátero ferrífero (Salino; Almeida, 2008). A espécie é típica dos campos rupestres, das mais altas montanhas da região sul da Cadeia do Espinhaço, estando atualmente extinta em várias localidades onde ocorria originalmente (Vasconcelos; Salino; Vieira, 2002).Apósser considerada "provavelmente extinta" (PE), a espécie foi re-coletada na Serra doCaraça e Serra do Batatal, entre e sobre rochas, sendo que alguns indivíduos estavam em aglomerados junto com outras espécies de Vellozia sp. A espécie foi encontrada a caminho do Pico do Sol, em área bastanterestrita que havia sido protegida do fogo por um curso dágua. Especificamenteno Pico do Sol a espécie não foi encontrada possivelmente devido a um incêndioter ocorrido nesta área alguns meses antes do estudo ser concluído, em setembro de 1997. A espécie encontra-se em uma situação bastante vulnerável nestas localidades, uma vez que aparentemente não tolerante a incidência de queimadas (Vasconcelos et al., 2002).
10.5 Fire
Incidência
local
Severidade
medium
Detalhes
Geralmente,nas épocas secas do ano, correspondentes ao período do inverno, grandes incêndiosocorrem no Parque Estadual do Itacolomi, MG, especificamente no Pico Itacolomi.Estes incêndios são muitas vezes causados pelas fogueiras dos próprios turistasque acampam na região. Além disso, os turistas fazem suas fogueiras com lenhaproveniente de plantas nativas do Pico, muitas delas restritas aos camposrupestres(Vasconcelos et al., 2002).
1.3.1 Mining
Incidência
local
Severidade
very high
Detalhes
Na região do Quadrilátero Ferrífero em Minas Gerais é observado a atividade mineradora. A extração do minério de ferro - cava - atinge diretamente os ecossistemas de Campo Ferruginoso, protegidos por legislação federal e estadual, classificadas como Área de Preservação Permanente (Santos, 2010).
1.1.4 Livestock
Incidência
local
Severidade
low
Detalhes
Aocorrência de animais domésticos, como cavalos, dentro do Parque EstadualItacolomi (MG) é indesejável e ameaça a unidade de conservação (SNUC), uma vez que taisanimais pisoteiam os campos rupestres e pastam vegetais nativos da região (Vasconcelos et al., 2002).
1.3.1 Mining
Incidência
local
Severidade
very high
Detalhes
A Serra do Capanema, local onde a espécie ocorre, foiquase totalmente destruída pela atividade mineradora. A espécie H. rubra não foi encontrada, estando possivelmente extinta nesta localidade(Vasconcelos et al., 2002).
10.5 Fire
Incidência
local
Severidade
medium
Detalhes
A ausência de H. rubra em porções da Serra do Caraça pode estar relacionada à ocorrência de um incêndiode grandes proporções em setembro de 1997. Este incêndio atingiu uma amplasuperfície das partes mais elevadas da Serra (acima de 1.650 m),descaracterizando totalmente a vegetação de campos rupestres do local (Vasconcelos et al., 2002).
1.3.1 Mining
Incidência
local
Severidade
very high
Detalhes
A Serra do Curral - MG, local onde a espécie ocorre, foi gravemente afetada pela mineração, que destruiu grande parte de sua vegetação nativa de campo rupestre(Vasconcelos et al., 2002).
1.1.4 Livestock
Incidência
local
Severidade
low
Detalhes
É alarmante a presença de ovelhas e cabras nos camposrupestres da Serra da Piedade, uma vez que estes animais pastam várias espéciesde plantas nativas da região (Vasconcelos et al., 2002).
1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi classificada "Provavelmente extinta" (PE) pela lista vermelha da flora de Minas Gerais (COPAM-MG, 1997), devido devido àsua restrita área de distribuição e à falta de coletas recentes (Vasconcelos et al., 2002)
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: "Criticamente em Perigo" segundo a Lista vermelha da flora do Brasil (Biodiversitas, 2005). Considerada ameaçada na Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008)
4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre na unidade de conservação (SNUC) RPPN Santuário do Caraça, MG (Viveiros, 2010)
- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.
- Base de Dados do Centro Nacional da Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2012.
- OLLGAARD, B. Neotropical Lycopodiaceae - An Overview. Annals of the Missouri Botanical Garden, v. 79, n. 3, p. 687-717, 1992.
- VIVEIROS, R. S. Pteridófitas da serra do Caraça, Minas Gerais, Brasil. Dissertação de Mestrado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.
- SANTOS, L. M. Restauração de campos ferruginosos mediante resgate de flora e uso de topsoil no quadrilátero ferrifero, Minas Gerais. Tese de doutorado. Belo Horizonte, MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010.
- SALINO, A.; ALMEIDA, T. E. Diversidade e conservação das pteridófitas na Cadeia do Espinhaço, Brasil. Megadiversidade, v. 4, n. 1-2, p. 50-70, 2008.
- VASCONCELOS, M. F.; SALINO, A.; VIEIRA, M. V. O. A redescoberta de Hupererzia rubra (cham.) trevisan (lycopodiceae) eo seu atual estado de conservação nas altas montanhas do sul da cadeia do espinhaço, Minas Gerais. Unimontes Científica, v. 3, n. 3, p. 1-9, 2002.
- ØLLGAARD, B. Nomenclatural changes in Brazilian Lycopodiaceae. Rodriguésia, v. 63, n. 2, 2012.
- WINDISCH, P. G.; RAMOS, C. G. V. Lycopodiaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB091370>.
- OLLGAARD, B.; WINDISCH, P. G. Sinopse das Licopodiáceas do Brasil. Bradea, v. 5, n. 1, p. 1-43, 1987.
- CONSELHO ESTADUAL DE POLÍTICA AMBIENTAL, MINAS GERAIS. Deliberação COPAM n. 85, de 21 de outubro de 1997. Aprova a lista das espécies ameaçadas de extinção da flora do Estado de Minas Gerais, Diário Oficial do Estado de Minas Gerais, Diário do Executivo, Belo Horizonte, MG, 30 out. 1997, 1997.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
CNCFlora. Huperzia rubra in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Huperzia rubra
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 08/06/2012 - 18:15:42